Leonardo Attuch/Brasil 247 – O 13 de maio de 2025 tem todos os elementos para se inscrever na história como mais do que uma data de comemoração simbólica. Passados 137 anos da assinatura da Lei Áurea, que aboliu formalmente a escravidão no Brasil, a Cúpula China-CELAC, realizada hoje em Pequim, pode representar o marco inaugural de uma nova forma de abolição: a libertação política, econômica, tecnológica e simbólica dos povos da América Latina e do Caribe diante de séculos de dependência e subordinação.

Nesta data, líderes do Sul Global elevaram suas vozes com clareza e propósito. O presidente da China, Xi Jinping, reafirmou o compromisso de seu país com uma ordem internacional baseada no respeito mútuo, na cooperação e na multipolaridade. A presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, apresentou uma visão clara sobre a nova arquitetura financeira internacional, que valoriza a soberania dos países em desenvolvimento. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em tom firme e histórico, conclamou os países da região a assumirem seu destino coletivo, rejeitando a fragmentação e apostando na união regional como único caminho possível para o progresso.

Ao anunciar cinco programas estruturantes com os países da CELAC, o presidente Xi Jinping reafirmou o papel da China como parceiro do desenvolvimento, e não como potência tutelar. Os programas — voltados para infraestrutura, desenvolvimento sustentável, intercâmbio cultural, conectividade entre povos e segurança — evidenciam uma estratégia de longo prazo orientada por ganhos mútuos, sem imposições, chantagens ou condicionalidades.

Xi também rememorou a longa história de solidariedade entre a China e os povos da América Latina, valorizando o multilateralismo e a defesa de uma ordem internacional mais equilibrada. A mensagem transmitida pela China é clara: a alternativa ao hegemonismo está na cooperação entre iguais.

A intervenção da presidenta do NDB, Dilma Rousseff, foi uma das mais contundentes da cúpula. Ao rememorar o lançamento do fórum China-CELAC em 2014, então sob sua liderança no governo brasileiro, Dilma reafirmou os princípios que nortearam sua criação: autonomia, igualdade entre as nações e respeito à diversidade. Denunciou o uso de tarifas, embargos e da moeda como instrumentos de coerção, e apontou para a necessidade urgente de uma reindustrialização orientada por inovação, geração de emprego e aumento de renda.

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