Sou um discípulo de Monsenhor Expedito, o “Profeta das Águas”. Sou um “expeditiano”, como diria o saudoso Hugo de Tal. Sou, assim como meu avô foi, e meu pai é.
Durante as eleições de 2022, presenteei a companheira Samanda Alves com o livro “Pelos Caminhos do Potengi”, escrito pelo padre em 1989 e reeditado pela arquidiocese e pela UFRN em 2013.
Disse-lhe: “Se eleita, ajude-me a resgatar esta história. E, como diria o padre, não afrouxe na luta!”
Samanda recebeu o livro, mas naturalmente a correria das eleições não permitiu que o lesse.
Achava que ela não lembrava, até que hoje me mandou uma foto, informando o início da leitura.
Embora não gostasse de publicidade, a atuação social e pedagógica do Monsenhor foi estudada por sociólogos, teólogos e pedagogos nacionais e internacionais.
No RN, podemos citar a tese de doutorado da professora Márcia Maria de Sá (UFRN) e a dissertação de Mestrado de Dom Jaime (UCPE), esta última apresentando Expedito como refutação à suposta auto-exclusão entre os tipos ideias weberianos do sacerdote e do profeta.
Contudo, o rico acervo do Memorial Monsenhor Expedito nunca foi digitalizado e está sucumbindo ao tempo.
Os “expeditianos”, infelizmente, estão morrendo.
Mas não me desespero. Confio que, um dia, essa história será documentada e publicizada como merece ser.
Persisto, com confiança numa passagem do livro, da qual lembrei após a mensagem de Samanda:
“É preciso nos revestirmos nas entranhas da Misericórdia do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Não podemos aconselhar a violência, que além de anti-evangélica, nunca resolveu nada; os oprimidos de hoje podem ser os opressores de amanhã.
Mas a denúncia evangélica e a educação para a civilização do amor, da reconciliação dos homens entre si e com Deus, dão para fazer os degraus do menos bom para o bom, do bom para o ótimo e do ótimo para o santo”.