Do Brasil 247 – A Comissão Parlamentar de Inquérito do 8 de Janeiro, que investiga os eventos relacionados à invasão do Congresso Nacional em 2023, está ponderando a possibilidade de apresentar um acordo de delação premiada ao hacker Walter Delgatti Neto, segundo informa a jornalista Camila Turtelli, do Globo. Essa decisão surge após o consentimento da Advocacia do Senado para que a CPI possa formalizar acordos desse tipo.
Walter Delgatti Neto, conhecido por sua participação no vazamento de mensagens da Operação Lava Jato, declarou em seu depoimento na semana passada que participou de reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro, discutindo maneiras de desacreditar as urnas eletrônicas. Em resposta a essa revelação, parlamentares governistas manifestaram interesse em oferecer a oportunidade de um acordo de delação premiada a Delgatti Neto.
O deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou: “Vamos oferecer. Se for do interesse de Delgatti, a CPI está pronta para receber suas informações.” Essa proposta abre a possibilidade de Delgatti Neto fornecer detalhes adicionais sobre as reuniões com Bolsonaro e outros eventos relacionados à invasão do Congresso em janeiro de 2023.
Por outro lado, o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante-de-ordens de Bolsonaro, optou por permanecer em silêncio durante seu depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro. Ele invocou seu direito de habeas corpus para recusar-se a responder às perguntas dos parlamentares.
A decisão da CPI de buscar uma possível delação de Mauro Cid foi tomada após consulta à Advocacia do Senado. No entanto, alguns parlamentares acreditam que as chances de cooperação do militar são reduzidas, devido à presença dos filhos de Bolsonaro na CPI, o senador Flávio (PL-RJ) e o deputado Eduardo (PL-SP). Por isso, há a possibilidade de que a defesa de Cid prefira negociar uma delação com a Polícia Federal.