Em diversos municípios do interior do RN, as conjunturas políticas não são das melhores para a esquerda.
A grande aprovação de Lula não reflete na aprovação da maioria dos diretórios municipais, que sofrem com a rejeição por “ser governo” num Estado em sérias dificuldades financeiras.
Nos interiores, a oposição “bate com força” na questão da água e das estradas, direcionando fortemente as críticas para os diretórios municipais.
E centrão “aliado” vem dominando tuto. Em nome da governabilidade, recebe espaços no governo do Estado, mas sem os prejuízos da rejeição, sofridos mais fortemente pelos que pertencem a partidos de esquerda.
A maioria dos líderes locais de esquerda tenta amenizar a situação com estratégias paliativas, similares às do centrão: alianças controversas, empregos para apoiadores, barganhas de espaço nos governos municipais e estadual. Não os julgo, é questão de sobrevivência em momento de ataque.
Mas é preciso pensar em alternativas.
É preciso pensar em soluções que surtam efeitos consistentes.
É preciso voltar a buscar um projeto de liderança real, efetiva, que não dependa desses paliativos.
É preciso voltar a buscar o exercício da liderança pelo convencimento, como fez Lula, e faziam a maioria dos líderes progressistas potiguares quando “não eram governo”.
É preciso desenvolver discurso e atuação sólidos, em defesa da política popular, da democracia, dos programas sociais, pautas adormecidas em muitas esquerdas interioranas, encurraladas pela direita e pelo centrão.
Mas, no mundo real, isso só é possível com apoio “de cima”, com incentivo e fornecimento de recursos capazes de, pelo menos, reduzir a necessidade das “estratégias paliativas”.
Ou se faz isso, ou centrão vai dominar tudo em 2024.
E, cada vez mais, a diferença entre nós e eles no interior tenderá a ser apenas a estrela no nosso peito.