Do DCM – Nesta quarta-feira (3), o Irã enfrentou uma tragédia com dois atentados que deixaram ao menos 103 pessoas mortas e 141 feridas na cidade de Kerman. As explosões aconteceram próximo ao túmulo do general Qassem Soleimani, assassinado em um ataque dos Estados Unidos com drone em 2020. O incidente ocorreu durante uma procissão em homenagem ao quarto da morte do líder militar.
O governo iraniano declarou luto nacional e classificou os ataques como “ato terrorista”. As explosões aconteceram em um momento de alta tensão no Oriente Médio, um dia após a morte do número dois do Hamas, Saleh al-Aruri, em um ataque de drone em Beirute, atribuído a Israel pelas autoridades libanesas.
Após as explosões, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, emitiu uma declaração por escrito afirmando que “sem dúvida, os perpetradores deste ato covarde serão em breve identificados e punidos pelo seu ato hediondo pelas forças de segurança e aplicação da lei competentes”. “Os inimigos da nação deveriam saber que tais ações nunca poderão perturbar a sólida determinação da nação iraniana”, prosseguiu, segundo o Al Jazeera.
As bombas foram colocadas próximo à mesquita Saheb al-Zaman, onde está localizado o túmulo de Soleimani. A primeira explosão ocorreu a 700 metros do local, e a segunda, a um quilômetro, durante a procissão. O caso está sendo investigado como “ataque terrorista”, embora nenhum grupo extremista tenha reivindicado a autoria até o momento.
O vice-governador de Kerman afirmou que as explosões foram ataques terroristas, contradizendo a especulação inicial de um “incidente causado por uma explosão de gás”. A área foi isolada pelas forças de segurança, e o governo prometeu punir os responsáveis pelo “crime grave”.
O número de vítimas pode aumentar nas próximas horas, de acordo com Babak Yekta Parast, porta-voz da organização de Serviços de Emergência Nacional do Irã. Helicópteros estão preparados para transportar os feridos para hospitais em Teerã, se necessário.
Testemunhas relataram cenas de pânico, com multidões tentando fugir enquanto a área era isolada pelas equipes de segurança. Não houve reivindicação oficial sobre a autoria dos ataques, e diferentes relatos indicam que as bombas teriam sido colocadas em uma lixeira ou em malas detonadas remotamente.
As explosões ocorreram a poucos dias do quarto aniversário da morte de Qassem Soleimani, um dos homens mais poderosos do Irã, morto em um ataque dos EUA em Bagdá, em 2020. Soleimani era considerado o “comandante-sombra” e chefe da Força al-Quds da Guarda Revolucionária, sendo uma figura central na geopolítica do Oriente Médio.
O Irã condenou os Estados Unidos a pagar US$ 50 bilhões por perdas e danos devido ao assassinato de Soleimani. As tensões entre EUA e Irã aumentaram significativamente após o ataque, com o líder supremo do Irã prometendo “vingança severa” contra os responsáveis.