Defendo há meses que a esquerda deve ter uma postura pragmática em 2024.
Considero esquerdista pragmático(a) aquele(a) que, mantendo a sua “substância”, busca compreender a conjuntura material em que está inserido(a) e, em sendo necessário, faz adequações na forma atuação, a fim de favorecer a ocupação de espaços de exercício de poder efetivo.
O(a) pragmático(a) entende que é apenas por meio da ocupação de espaços na conjuntura atual que ele(a) poderá agir de modo efetivo para modificá-la.
O(a) pragmático(a) não deixa de ser quem é, muito menos finge ser outra pessoa, apenas faz adequações na “forma de atuação”, a depender do terreno do debate: acadêmico, sindical, eleitoral proporcional, eleitoral majoritário…
O(a) esquerdista prágmático(a) tem mais chances de vencer uma disputa majoritária do que o(a) romântico(a). O maior exemplo é Lula.
A direita sabe disso, e tenta “pintar” os(as) prágmáticos(as) de “falsos”. Logo a direita, que usa de uma falsa imparcialidade como instrumento de dominação política.
Hoje a blogueiragem bolsonarista de Natal acusou Natália de “querer mostrar que é quem não é”, de agir com falsidade, visando objetivos eleitorais.
Porém, quem acompanha a deputada sabe que ela segue defendendo as mesmas pautas, apenas vem conversando com outros setores, ampliando seu alcance, postura adequada (e esperada) para a sua condição de pré-candidata a prefeita. Uma postura pragmática.
Foi essa postura de que deu à esquerda a primeira grande vitória na pré-campanha: a desistência do Bolsonarista Giovanni, mesmo que todos soubessem da natureza natimorta de sua pré-candidatura.
E, hoje, uma segunda vitória, na medida em que o motivo pelo qual a blogueiragem bolsonarista acusa Natália de falsa é este: o medo de que ela seja pragmática em 2024.
Nada dá mais medo aos bolsonaristas de Natal do que a visão de uma Natália pragmática (e sorridente).
Há quem diga que o sorriso de Natália produz efeitos adversos na mente e no intestino do bolsonarismo decadente.
Para a felicidade nossa e dos produtores de camomila e boldo.