Por Maria Zylberkan, do Folha de São Paulo – Na ocasião, a denúncia foi feita pelo então candidato à prefeitura Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, mas a Arquidiocese não encontrou indícios de crime. Em caso de novos desdobramentos, o órgão eclesiástico afirma que irá rever o posicionamento.
Na nota desta terça, o órgão diz “não ter convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia” e cita parecer de 2020 sobre o mesmo caso, do Ministério Público, que também arquivou a denúncia. A decisão foi informada ao Vaticano, segundo a Arquidiocese.
“Distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade, a Cúria Metropolitana de São Paulo permanece atenta a ulteriores elementos de verdade sobre os fatos denunciados”, diz a nota.
O religioso é alvo de acusações do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), autor do requerimento de CPI que pretende investigar ONGs que atuam no centro de São Paulo. Nunes e Mamãe Falei foram integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre), criado em 2014 para defender o impeachment da presidente Dilma Rousseff e pautas liberais.
No início deste ano, sete vereadores que assinaram o documento para a instauração da CPI retiraram o apoio após Lancellotti, que lidera a Pastoral do Povo de Rua, ter aparecido como alvo principal da comissão. Os parlamentares se disseram enganados pelo autor da CPI, uma vez que o texto não mencionava o pároco.
Rubinho Nunes afirma ter contratado perícia que constatou a autenticidade do vídeo e que se trata do religioso nas imagens. E diz que o material também foi enviado para o Ministério Público de São Paulo, o Ministério Público Federal e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Procurado pela reportagem, o padre não quis se manifestar. O advogado dele, Luiz Eduardo Greenhalgh, afirma que o vídeo é uma montagem.