Por Mirella Lopes, do Saiba Mais – As ruas do centro de Natal receberam na tarde desta sexta, 8 de Março, centenas de mulheres que partiram da Avenida Rio Branco bradando pelo básico: respeito, igualdade salarial, acesso à saúde – o que inclui o direito ao aborto legal – educação, cultura, pelo fim da violência contra a mulher, das guerras e em solidariedade ao povo palestino.

“Nós mulheres estamos sempre à frente de todas as lutas… e isso é um peso enorme. O patriarcado nos coloca nessa posição, nunca fugimos da luta e não será agora que isso vai acontecer, ninguém solta a mão de ninguém, independente do mote, partido ou organização”, conta Tázia Maia, que integra o Sindicato dos Estadual dos Trabalhadores em Educação no Ensino Superior (Sintest/RN).

Diferente de outras datas festivas, o 8 de Março não foi criado pelo comércio e mais do que homenagens, é uma data para lembrar da luta de mulheres que enfrentavam jornadas exaustivas nas fábricas durante o século XX, período da Revolução Industrial.

Assim como em Natal, manifestações são realizadas em todo o mundo para lembrar da luta das mulheres, em seus mais diversos contextos. Tázia, por exemplo, tem 65 anos e é servidora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ela conta que casou cedo e só depois dos 50 anos, começou a se dedicar à luta política.

“Casei muito nova, tive filho muito nova e já avó, com 50 anos, é que eu decidi entrar na luta, olhando pelo olhar da minha neta. As dificuldades da mulher são muitas, principalmente, das nossas companheiras negras e periféricas, que sofrem mais e vivem nesse submundo onde as políticas sociais não chegam. A gente quer muito mais, espera muito mais e luta por muito mais”, reforça Tázia.

Na manifestação em Natal, nós também encontramos Ellen, que tem 18 anos e um filho de 9 meses. Ela mora em uma ocupação do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), não conseguiu terminar a 8ª série, mas já está com tudo certo para retomar os estudos.

[Continua no site]

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