Do DCM – Mais de uma em cada cinco pessoas em 59 países enfrentaram insegurança alimentar aguda em 2023, segundo o último Relatório Global sobre Crises Alimentares divulgado nesta quarta-feira (24).

De acordo com o relatório, 281,6 milhões de pessoas foram afetadas. Agências humanitárias da Organização das Nações Unidas (ONU) estão preocupadas com a “fome e morte generalizada” na Faixa de Gaza, no Sudão e em outros locais.

O diretor do Escritório de Ligação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Dominique Burgeon, definiu a insegurança alimentar aguda como “uma fome tão grave que representa uma ameaça imediata aos meios de subsistência e à vida das pessoas”.

O relatório, resultado de uma iniciativa conjunta entre FAO, Programa Mundial de Alimentos (PMA) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), indicou que embora a porcentagem global de pessoas em insegurança alimentar tenha diminuído 1,2% em relação a 2022, o problema se agravou desde o início da pandemia de Covid-19.

Os autores do estudo observaram um aumento alarmante das crises alimentares no ano passado, especialmente em regiões como Gaza e Sudão, onde a situação atingiu níveis críticos. Gian Carlo Cirri, diretor do PMA em Genebra, destacou que “pessoas estão claramente morrendo de fome” nessas regiões.

Segundo Cirri, após quase sete meses de bombardeios israelenses em Gaza, “as pessoas não conseguem satisfazer nem mesmo as necessidades alimentares mais básicas e esgotaram todas as estratégias de sobrevivência, como comer ração animal, mendigar e vender os seus pertences para comprar comida”.

Sobre o Sudão, o relatório da ONU revelou que 20,3 milhões de pessoas, cerca de 42% da população, enfrentaram insegurança alimentar no ano passado, após o conflito surgir em abril. Isso representa o maior número de pessoas no mundo enfrentando níveis “emergenciais” de insegurança alimentar aguda.

As agências humanitárias defendem a necessidade urgente de assistência no Sudão, especialmente com a aproximação da época de plantio. O fornecimento de insumos agrícolas é essencial para garantir que as pessoas possam cultivar seus campos e evitar uma crise alimentar prolongada.

O relatório também alertou sobre os piores níveis de insegurança alimentar em outras regiões, como Sudão do Sul, Burkina Fasso, Somália e Mali.

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