O governo Lula não é um governo de esquerda.
Para ter “governabilidade” Lula fez diversas concessões ao centrão, ao empresariado, ao agronegócio.
Nenhuma mudança estrutural progressista foi realizada, nem será até 2026.
O mesmo ocorre no RN.
Em tese, o PT tem a melhor conjuntura da história potiguar: presidente, dois deputados federais, três estaduais, dois vereadores na capital.
Nunca o PT havia conquistado tantos mandatos relevantes!
Mas quais mudanças progressistas substanciais ocorreram no Estado de 2022 para cá?
Quais podem ocorrer até 2026?
Em muitos municípios do interior, o PT se acomodou em “ser governo”: não forma mais a base, não ocupa mais os sindicatos, não atrai jovens nem tem conexões com os movimentos culturais.
Em muitos diretórios, a confiança está nos espaços e cargos no governo.
Perdemos a capacidade de desenvolver liderança orgânica e, em muitos municípios, parecemos mais centrão do que esquerda.
Em alguns, para preservar mandatos, nos aliamos até com bolsonaristas.
Enquanto nos acomodamos em berço esplêndido, não percebemos que podemos perder os governos estadual e federal em 2026.
Se isso ocorrer, o que será da esquerda que desistiu da criação de lideranças orgânicas?
O que será da esquerda que depositava sua confiança apenas no fato de “ser governo”?
É preciso voltar para a base!
É preciso acordar e perceber que ter mandato não é o mesmo que ter poder.
Porque sem poder nenhuma mudança estrutural pode ser feita.
E seremos apenas ovelhas à espera do bote.