Venho defendendo aqui no blog a necessidade de pensarmos novos formatos de comunicação progressista, adaptados à atual dinâmica das redes.
Isso porque, na minha compreensão, falta ao jornalismo progressista tradicional a velocidade e simplicidade necessárias à combatividade política num tempo em que a atenção das pessoas é disputada por debates rasos, memes e trends.
Gostemos ou não, esta é a conjuntura posta que devemos enfrentar.
Alguns companheiros, porém, entendem que, com minhas afirmações, eu quero reduzir a importância do jornalismo progressista, para “vender meu peixe”.
Longe disso. Reconheço a (óbvia) importância do jornalismo progressista, o modo como apura os fatos e opina sobre eles com técnica e ética.
Inclusive a importância política, na documentação de fatos e na formação de opinião.
Apenas defendo que, além disso, tenhamos também “outras armas” de comunicação, adaptadas para atual conjuntura e adaptáveis para as futuras.
Se o adversário é uma Argentina com 11 em campo, com jogadores muito técnicos e muito catimbeiros, não podemos confiar apenas na técnica, especialmente quando estamos com apenas 8 jogadores em campo, ainda que possuam uma técnica excepcional.
Numa conjuntura dessas, defender a prática da “catimba” na comunicação não significa dizer que a técnica jornalística não tenha importância.
Significa que, se confiarmos apenas a técnica, considerando que temos bem menos jogadores, estamos pedindo para perder o jogo.