Do Estadão – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a condenar os ataques de Israel ao grupo terrorista Hezbollah, no Líbano, e classificou os conflitos na Faixa de Gaza como “chacina”. Na avaliação do chefe do Executivo brasileiro, a guerra é a “prova da insanidade do ser humano”. Lula voltou a defender que quer que o país seja uma “zona de paz”.
— Sou contra a guerra da Rússia e da Ucrânia porque a guerra não traz absolutamente nenhum benefício a ninguém. O que ela vai trazer é o resultado do benefício da reconstrução de coisas que já estavam construídas e a gente não consegue trazer de volta as vidas destruídas — disse o petista, durante participação da abertura do Seminário Empresarial México-Brasil nesta segunda-feira (30), no México.
— É por isso que sou contra e condeno o que Israel está fazendo no Líbano agora, atacando e matando pessoas inocentes. É por isso que sou contra a chacina na Faixa de Gaza, porque já morreram mais de 41 mil mulheres e crianças — acrescentou.
Após quase um ano de hostilidades com o Hezbollah na fronteira com o Líbano, nos últimos dias Israel resolveu empreender uma ofensiva mais profunda contra a facção terrorista, que domina parte do território libanês. O Hezbollah é financiado pelo Irã e aliado do Hamas, grupo que promoveu a invasão do território israelense em outubro do ano passado matando cerca de 1,2 mil civis. Desde o início das agressões envolvendo o Hezbollah, moradores do norte de Israel tiveram de ser retirados de suas casas em razão de ataques da milícia.
Para o presidente brasileiro, a guerra é uma “matança desnecessária com pessoas que não têm nem como se defender”. Lula ainda defendeu que o país não precisa de conflitos:
— Se precisar, eu faço 10 reuniões, 20, 30 reuniões para que a gente possa chegar a um denominador comum, porque é isso que vai ajudar nosso crescimento — comentou.
Lula voltou a se pronunciar sobre as disputas no Oriente Médio desde a Assembleia Geral da ONU. Para a Confederação Israelita do Brasil (Conib), o pronunciamento de Lula no encontro foi desequilibrado.