Brasil 247 – O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), terá uma reunião, nesta quinta-feira (7), com o secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. O encontro ocorrerá por videoconferência às 17h30 e acontece em um momento de crescente tensão comercial, após o presidente Donald Trump reforçar ameaças de sobretaxas sobre produtos importados, incluindo setores estratégicos da economia brasileira. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles.
Embora o Brasil ainda não tenha sido diretamente impactado pelas novas medidas, o receio é que setores como o do aço, alumínio, madeira e agronegócio sejam atingidos. Trump já indicou que considera o Brasil um dos países que, segundo ele, “taxa demais” os Estados Unidos, o que poderia justificar a imposição de barreiras comerciais.
Entre os segmentos mais vulneráveis está o de madeira, cujo mercado norte-americano é responsável por absorver 42,4% das exportações brasileiras. Recentemente, Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre produtos florestais importados, o que pode prejudicar a competitividade do setor brasileiro. Outra preocupação é o etanol, que hoje é taxado em 18% pelo Brasil, enquanto os EUA aplicam uma tarifa de apenas 2,5% sobre o produto brasileiro. Caso Trump implemente sua política de “tarifas recíprocas”, esse percentual pode subir significativamente, afetando a balança comercial.
O aço e o alumínio, que figuram entre os principais produtos brasileiros exportados para os EUA, também estão no radar das possíveis restrições. Desde 2018, esses produtos são submetidos a cotas de exportação em vez de tarifas punitivas, graças a um acordo negociado entre os dois países. Alckmin aposta no diálogo para manter essa estratégia e evitar novos bloqueios comerciais.
Até o momento, o governo brasileiro não indicou se pretende responder a eventuais taxações com medidas equivalentes. Alckmin, porém, acredita que a melhor alternativa é buscar um entendimento bilateral antes que as sobretaxas sejam efetivamente implementadas. “A solução ideal é manter o canal de diálogo aberto para evitar prejuízos desnecessários para ambas as partes”, tem defendido o vice-presidente em suas recentes declarações públicas.
O desfecho das negociações poderá influenciar diretamente a indústria e o agronegócio brasileiros, setores que dependem da estabilidade comercial com os EUA para manter seu crescimento. Empresários acompanham de perto a reunião desta quinta-feira, enquanto aguardam possíveis respostas do governo brasileiro caso as ameaças tarifárias se concretizem.