Thiago Sumam/DCM – A sessão plenária da Câmara de Vereadores de Passo Fundo (RS), realizada na última quarta-feira (5), foi marcada por declarações polêmicas e ataques ao governo federal. O momento mais controverso da reunião ocorreu com a apresentação de uma moção de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, proposta pela bancada bolsonarista. A alegação para a iniciativa foi uma acusação de “fake news” associada às chamadas “pedaladas fiscais” no âmbito do programa “Pé-de-Meia”, um programa federal de incentivo à educação.
O debate escalou com uma série de declarações agressivas sobre o programa. O vereador Edson Nascimento (PP) criticou duramente a iniciativa, associando-a negativamente ao uso de substâncias ilícitas. “Não podemos ser coniventes. O melhor programa é quando o pai coloca o filho para trabalhar e ensina a ganhar seu sustento, não para ficar em casa, recebendo mil ou quinhentos reais, fumando droga, usando crack e bebendo cachaça”, afirmou Nascimento. Ele ainda questionou o valor do apoio concedido aos alunos: “Os professores não ganham um bom salário e o presidente quer dar mil reais para os alunos?”
O presidente da Câmara de Vereadores de Passo Fundo (RS), Gio Krug (PSD). Foto: Reprodução
A sessão também contou com críticas do presidente da Câmara de Vereadores, Gio Krug (PSD), que classificou o programa como uma “política de socialismo escravo”. Durante seu discurso, Krug afirmou: “Eu já acho um absurdo um programa pagar para um aluno estudar, para crescer na vida. Isso sim é uma política de socialismo escravo. Ninguém nunca me pagou para estudar, e agora querem pagar para o jovem estudar? Isso é a mesma coisa que o Bolsa Família, criando uma escravidão e um voto de cabresto.”
O programa “Pé-de-Meia” é uma iniciativa federal de incentivo financeiro-educacional, voltada a estudantes matriculados no ensino médio público que são beneficiários do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Seu objetivo é promover a permanência e a conclusão do ensino médio, democratizar o acesso à educação e reduzir desigualdades sociais entre jovens, além de fomentar a inclusão educacional e estimular a mobilidade social.