Augusto de Sousa/DCM – A Polícia Militar da Bahia informou, nesta quinta-feira (17), que o advogado e influenciador bolsonarista João Francisco de Assis Neto, de 47 anos, preso por agredir a companheira em Maceió (AL), foi expulso da corporação há 15 anos sem concluir o curso de formação de soldado. A prisão em flagrante do advogado, que tem mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, foi convertida em preventiva na terça-feira (15), e ele responde por lesão corporal nos termos da Lei Maria da Penha.
Em nota enviada à imprensa, a PM-BA esclareceu que João Neto foi desligado do curso após denúncia de agressão e por ter sido flagrado utilizando “meios irregulares” para responder a uma avaliação.
“O referido advogado foi desligado há 15 anos, enquanto realizava o curso de formação de soldados. Como foi excluído antes da conclusão do curso, ele em nenhum momento trabalhou na rua como policial militar formado”, afirmou a corporação.
Em entrevista ao podcast PodZé, em maio deste ano, o advogado admitiu ter sido expulso após uma discussão e assédio. “Fui expulso por uma discussão e assédio a uma mulher de um coronel. Eu a chamei de ‘gostosa’ e fui demitido. Foi um absurdo, mas hoje agradeço, porque senão estaria ‘marcando passo’ como soldado”, declarou.
Após a saída da PM, João Neto se formou em Direito e ficou conhecido nas redes sociais por análises jurídicas e pelo bordão “no coco e no relógio”, que se refere a disparos letais na cabeça e no coração.
O suposto período como PM embasam as narrativas que o fazem viralizar nas redes sociais. Nesses causos, ele já admitiu, por exemplo, ter matado 28 pessoas na Bahia, 4 em Alagoas e, ainda, explicou como fazia para implantar flagrantes levando inocentes à prisão.
Em um de seus vídeos, ele afirma: “Se você for meu cliente, não vai dar nada porque cliente meu não mata ninguém. Ah, mas fui eu. Não foi você. Cliente do doutor João Neto não mata ninguém”, disse, contando vantagem de que conseguiria livrar qualquer um da prisão.