Jéssica Alexandrino/DCM – Emanuelly Borges Santos, de 2 anos, nasceu nos Estados Unidos, mas foi deportada em fevereiro deste ano junto com os pais, Elioni Gonçalves e Edivan Borges dos Santos, que estavam em situação migratória irregular. A menina, cidadã americana, entrou no Brasil como turista e agora vive sem acesso pleno a serviços básicos, como saúde e educação. Com informações da Folha de S.Paulo.

A situação de Emanuelly, chamada de Manu, expõe falhas no sistema migratório dos EUA. Mesmo sendo americana, ela foi incluída em um voo de deportação e agora enfrenta um impasse jurídico no Brasil: não é cidadã brasileira nem residente legal. Sem registro consular, não pode ser naturalizada e vive com visto de turista prestes a vencer.

O caso ocorreu em meio ao endurecimento da política migratória do governo Trump, que prevê a deportação de 1 milhão de imigrantes até o fim do ano. Segundo autoridades americanas, pais em situação irregular são questionados se querem manter os filhos consigo ou deixá-los com alguém designado. Mas Gonçalves e Borges afirmam que não foram informados corretamente e assinaram documentos em inglês sem entender o conteúdo.

Após a deportação, a família desembarcou em Fortaleza. Segundo a Polícia Federal, o nome da criança constava entre os 94 deportados, mas ela só tinha passaporte americano e um cartão da seguridade social dos EUA. “Nunca vimos um caso assim”, afirmou a agente federal Alexsandra Oliveira Medeiros Reis.

A Defensoria Pública do Ceará agora tenta resolver o impasse. Como Manu não nasceu no Brasil nem foi registrada em consulado, não tem direito automático à cidadania brasileira. A solução discutida seria criar uma “cidadania temporária” até os 18 anos. Por enquanto, Manu é considerada apenas uma turista.

O advogado da família, que não quis se identificar, criticou a deportação e afirmou que o governo dos EUA violou suas próprias leis ao enviar uma cidadã americana para fora do país. Juízes também têm condenado esse tipo de ação.

Um magistrado da Louisiana classificou como “ilegal e inconstitucional” a deportação de crianças americanas, citando outro caso semelhante ocorrido recentemente com uma menina de 2 anos enviada a Honduras.

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