Brasil 247 – Um grupo neonazista dos Estados Unidos, a Aryan Freedom Network (AFN), está ampliando seu alcance e mudando a face do extremismo branco no país, impulsionado pela retórica do atual presidente Donald Trump. A informação foi revelada em uma ampla investigação publicada pela Reuters neste sábado.
Liderada por Dalton Henry Stout e sua parceira, conhecida como Daisy Barr, a AFN opera a partir de uma casa modesta no Texas e, segundo seus dirigentes, vive um momento de crescimento acelerado desde o retorno de Trump à Casa Branca. “Trump despertou muitas pessoas para as questões que levantamos há anos. Ele é a melhor coisa que nos aconteceu”, declarou Stout à Reuters.
Reta final entre extremismo e política
Embora ainda sejam vistos como tóxicos por conservadores tradicionais e pela maioria da sociedade norte-americana, grupos como a AFN passaram a ocupar espaço central em manifestações públicas e episódios de violência da extrema direita. Pesquisadores apontam que a retórica de Trump — com ataques a políticas de diversidade, endurecimento contra a imigração e defesa de “valores ocidentais” — tem atraído novos simpatizantes e facilitado o recrutamento.
Especialistas ouvidos pela Reuters ressaltam que fronteiras antes claras entre extremistas e conservadores estão se diluindo. “O que antes era extremo agora se mistura mais facilmente à direita radical, não porque os grupos mudaram, mas porque o terreno político ao redor mudou”, afirmou Heidi Beirich, cofundadora do Global Project Against Hate and Extremism.
Crescimento documentado e estratégias de expansão
O Terrorism Research and Analysis Consortium estima que a AFN tenha entre 1.000 e 1.500 membros, quase o dobro dos 23 capítulos que o grupo dizia ter em 2023. A rede organiza conferências como a “White Unity” e o “Aryan Fest”, além de protestos contra eventos LGBTQ+ e campanhas de distribuição de panfletos racistas em vários estados.
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