Otávio Rosso/Brasil 247 – A Polícia Federal (PF) preparou uma cela especial na Superintendência do órgão em Brasília para eventual cumprimento de prisão em regime fechado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi divulgada pela CNN Brasil, que detalhou que o espaço fica no térreo da sede da PF, localizada no Setor Policial da capital federal. Atualmente, Bolsonaro cumpre medidas de recolhimento domiciliar.

A sala adaptada possui banheiro privativo, cama, mesa de trabalho, cadeira e televisão. O modelo segue a estrutura utilizada para custodiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre 2018 e 2019 na Superintendência da PF em Curitiba, quando ele também esteve preso. Outro ex-presidente, Fernando Collor de Mello, chegou a cumprir prisão temporária em uma sala adaptada como cela especial em Maceió (AL).

Estrutura e uso da cela especial
Internamente apelidada de “cela de Bolsonaro”, a sala foi projetada para custódia individual e pode receber não apenas o ex-presidente, mas também outras autoridades que venham a ser presas. Fontes ligadas à PF explicaram que o espaço foi montado há mais de três meses, sem foco específico em Bolsonaro, mas como uma estrutura preventiva para autoridades de alta patente.

Delegados ouvidos sob reserva afirmaram que a definição do local de custódia dependerá de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que poderá indicar alternativas como instalações militares ou batalhões da Polícia Militar, a exemplo do que ocorreu com o ex-ministro Anderson Torres. Caso se opte pela sede da PF, a cela já está pronta para receber o mandado.

Decisão após consultas oficiais
A adaptação do espaço ocorreu após consultas da cúpula da PF e da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal à Superintendência. O objetivo era confirmar se havia instalações adequadas para receber um ex-presidente em caso de prisão. A sala foi então destacada como a opção viável, já que a sede da PF não conta com alas prisionais convencionais.

Novos indiciamentos contra Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado pela PF nesta quarta-feira (20) por coação no curso do processo e por tentativa de Abolição do Estado Democrático de Direito. A investigação aponta que ele teria atuado em conjunto com seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para pressionar autoridades dos Estados Unidos a sancionarem o Brasil e a Justiça brasileira. Segundo a PF, a estratégia buscava impedir o julgamento do plano golpista do qual Bolsonaro é réu.

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