Gabriel Lopes/Brasil de Fato – Um escândalo de corrupção atinge o governo de Javier Milei, com o envolvimento de nomes muito próximos ao presidente argentino, como a irmã dele, Karina Milei, que é secretária da Presidência. A Justiça investiga denúncias de corrupção dentro da Agência Nacional de Deficiência (Andis), depois do vazamento de áudios atribuídos ao advogado Diego Spagnuolo, que trabalhou na defesa pessoal de Milei e renunciou à chefia da Agência após o escândalo.

Nas gravações, Spagnuolo detalha a existência de um suposto esquema de cobrança de propinas que envolveria, além de Karina Milei, o subsecretário de Gestão do governo, Eduardo Menem. O escândalo estourou em um momento de tensão para o presidente, que vem sofrendo derrotas legislativas no Senado e na Câmara dos Deputados. Até agora, nem Spagnuolo nem o governo desmentiram os áudios.

“Eu disse: Javier, você sabe que estão roubando, que a sua irmã está roubando”, ouve-se em um dos áudios atribuídos a Spagnuolo. Em outro trecho, ele insiste que já havia falado disso com o presidente: “Eu disse que estou denunciando todos os roubos e que lá embaixo tenho gente pedindo dinheiro. Estão roubando, você pode fingir que não vê, mas não jogue esse fardo nas minhas costas. Eu tenho todos os WhatsApps da Karina”.

De acordo com os áudios, a distribuidora de medicamentos Suizo Argentina teria exigido 8% de propina dos fornecedores para garantir contratos com o Estado. Também foi dito que 3% dessas propinas iam diretamente para Karina Milei, secretária-geral da Presidência, enquanto Eduardo Menem, aliado próximo de Karina, teria patrocinado a nomeação de funcionários ligados ao esquema, que movimentaria entre 500 mil e 1 milhão de dólares por mês.

Denúncia judicial e operações de busca

Após a divulgação dos áudios, o advogado Gregorio Dalbón – um dos defensores da ex-presidente Cristina Kirchner – apresentou uma denúncia na Justiça Federal envolvendo Spagnuolo, Karina Milei, Eduardo Menem, Javier Milei e os empresários Eduardo e Emmanuel Kovalivker, donos da Suizo Argentina.

No âmbito da investigação, o juiz federal Sebastián Casanello ordenou 15 operações de busca e apreensão. Na sexta-feira (22), a Polícia encontrou Spagnuolo em um condomínio de luxo no município de Pilar, em Buenos Aires, enquanto tentava fugir. Durante o procedimento, seu celular foi apreendido para perícia.

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