Paulo Emílio/ Brasil 247 – A reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode ocorrer em um terceiro país, em vez de Brasília ou Washington. Antes disso, interlocutores esperam que os dois líderes mantenham conversas por telefone para alinhar detalhes. Segundo integrantes do governo brasileiro envolvidos nas negociações ouvidos pela Folha de S. Paulo, os diálogos ainda estão em estágio inicial, mas há consenso de que eventos internacionais programados para este ano podem abrir espaço para o encontro.
Possibilidade de reunião em país neutro
Lula deve participar da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, entre 26 e 28 de outubro. Trump também foi convidado. Caso ambos compareçam, o encontro pode acontecer ali. Outro cenário cogitado é a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), na Coreia do Sul, para a qual o presidente estadunidense já confirmou presença.
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Cúpulas internacionais como palco
Para diplomatas, esses ambientes multilaterais são os mais adequados para a aproximação, pois evitam exposição política excessiva. Mesmo assim, conselheiros próximos a Lula defendem que a conversa ocorra o quanto antes, temendo que a disposição de Trump “esfrie”. Uma das ideias em análise é um encontro na residência do republicano em Mar-a-Lago, na Flórida.
Pressa e cautela dividem aliados
Enquanto parte da equipe de Lula vê o gesto de Trump como vitória diplomática, existe o receio de que o presidente estadunidense use o diálogo como forma de pressão, repetindo atitudes já adotadas contra líderes europeus.
Aproximação após encontro em Nova York
Na semana passada, Lula e Trump tiveram um breve contato em Nova York, antes do discurso do norte-americano na Assembleia-Geral da ONU. O republicano afirmou ter sentido “excelente química” com o brasileiro e sugeriu uma nova reunião. Esse movimento foi resultado de semanas de articulações, incluindo empresários e diplomatas, que levaram sinais de abertura de Washington para Brasília.
Relações Brasil-EUA sob tensão
As tratativas ocorrem em meio a um cenário de desgaste bilateral. Trump impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, além de sanções a autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), visando interferir no julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que resultou na condenação de Jair Bolsonaro (PL) por tramar um golpe de EStado.
A diplomacia brasileira, por meio de encontros entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, além da atuação da Embaixada do Brasil em Washington, tem buscado reduzir os atritos e pavimentar um caminho para a reunião entre os dois presidentes.