Matheus Leitão/Veja – A Câmara dos Deputados aprovou nesta
erça-feira, 1° de outubro, o projeto que amplia a
faixa de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil
mensais. A medida permite ao governo Lula
entregar uma das promessas mais emblemáticas
de seu antecessor no cargo, Jair Bolsonaro, e que
jamais saiu do papel. A proposição já passou pelo
Senado Federal e está entre as prioridades do
Palácio Planalto, que visa reconquistar a classe
média após anos de perda de poder de compra.

Relatado por Arthur Lira (PP-AL), o todo-poderoso
ex-presidente da Camara – que fez questao de
frisar que não vai dourar a pílula -, o texto prevê
compensações fiscais com o aumento da
tributação sobre rendas superiores a R$ 600 mil por ano. Coube ao atual presidente da Casa
Legislativa, Hugo Motta Republicanos-PB), a
missão de pavimentar a vitőria do governo, num
momento em que ele próprio tenta recuperar
protagonismo depois de sucessivos desgastes.

Lula terá em mãos um argumento político
poderoso para 2026, tendo realizado o que
Bolsonaro anunciou e não executou. Em 2018, o
mandatário e seu ministro da Economia, Paulo
Guedes, garantiram que ampliariam a faixa de
isenção para R$ 5 mil. Todavia, no governo, a
promessa se desfez em correções tímidas e
paliativas na tabela.

Alem de contabilizar um ganho para a própria
gestão, Lula resgatará um compromisso popular
do adversário, transformando-o em fato. Mais do
que uma mudança tributária, a inovação será um
ponto de “virada”, que devolverá poder de compra
à base da pirâmide- e reivindicará para o petista
um discurso de alivio fiscal que a direita
propagandeou, mas não foi capaz de concretizar.

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