João Filho/Intercept Brasil – Enquanto o bolsonarismo agoniza e segue defendendo bandeiras golpistas, anti-patriotas e os super ricos, as ruas se voltam a favor do governo Lula. Sabemos que o roteirista do Brasil é imprevisível, mas o cenário para as próximas eleições é promissor para o campo progressista.

A aprovação por unanimidade do projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda foi fruto principalmente da pressão popular nas ruas e nas redes. Nas manifestações do dia 21 de setembro, que aconteceram em todo o país, as cobranças foram bem claras: não à Anistia, não à PEC da Blindagem, fim da escala 6×1, taxação dos mais ricos e isenção do IR para os que ganham menos. Dessas, apenas o fim da escala 6×1 ainda não foi pra frente.

Tratado nos atos como “inimigo do povo”, o Congresso percebeu que a insatisfação popular não se restringia ao eleitorado de esquerda. Ficou difícil para os bolsonaristas comprarem essa briga, ainda mais faltando um ano para a eleição. Eles fizeram de tudo para boicotar o projeto, criando brechas para diminuir o imposto dos mais ricos.

Na surdina, lobistas do agro e da indústria escreveram as emendas que foram apresentadas por deputados do PL, Progressistas e Republicanos. De nada adiantou: tiveram que engolir a vitória do povo e de Lula a seco.

Apesar do avanço, a desigualdade tributária no país segue brutal. O Brasil continua sendo o paraíso dos super ricos. A medida está longe de corrigir a aberração que é a cobrança de tributos do país, mas trata-se de um passo importante e inédito em direção à justiça tributária.

Para se ter uma ideia, a partir de agora, 15 milhões de trabalhadores deixarão de pagar ou pagarão menos imposto de renda. Quem vai cobrir essa conta é um grupelho de 140 ou 150 mil ricaços que ganham acima de 50 mil por mês. Menos de 2 Maracanãs lotados vão pagar mais imposto para beneficiar 15 milhões de brasileiros que ganham mal. É o mínimo. A desigualdade social no Brasil é criminosa.

Mesmo obrigados a votar a favor do projeto, os bolsonaristas não conseguiram esconder a insatisfação. Eles não aceitam que os ricos paguem pela isenção dos mais pobres. Voltaram a insistir na ladainha de que os ricos vão sair do país caso sejam mais taxados. Isso geraria um caos na economia, com empresas saindo do país e milhares de brasileiros ficariam sem emprego.

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