Brasil 247 – A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, exigiu neste domingo (5) a libertação imediata dos brasileiros sequestrados por Israel, após a interceptação violenta da Flotilha Global Sumud, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pela Sputnik Brasil, que confirmou a presença de pelo menos 12 brasileiros entre os ativistas detidos por forças israelenses.
Segundo Gleisi, o “sequestro dos ativistas pelo governo Netanyahu contrasta com as gigantescas manifestações pela paz nas principais cidades da Europa”. A ministra destacou que é urgente garantir ajuda às vítimas do genocídio em Gaza e retomar o processo de paz internacional, interrompido pela escalada de violência e pelo bloqueio imposto por Tel Aviv.
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“É preciso garantir ajuda às vítimas em Gaza para que o processo de paz avance”, afirmou Gleisi, condenando a brutalidade israelense.
Flotilha levava ajuda humanitária e foi atacada por Israel
A Flotilha Global Sumud, que reunia ativistas de diversos países, transportava alimentos, remédios e insumos básicos destinados à população palestina sitiada em Gaza. A embarcação foi interceptada de forma agressiva por forças israelenses, que prenderam e deportaram parte da tripulação — entre eles, cidadãos brasileiros.
Entre os passageiros estava a ativista sueca Greta Thunberg, símbolo mundial da luta por justiça climática e direitos humanos. A presença de Thunberg na flotilha reforçava o caráter pacífico e humanitário da missão, que buscava romper o bloqueio ilegal e desumano imposto por Israel sobre Gaza.
Segundo a organização da flotilha, um brasileiro já foi deportado, mas ainda não há informações sobre seu retorno ao país nem sobre o paradeiro dos demais detidos. A ausência de transparência por parte do governo de Benjamin Netanyahu tem sido interpretada como uma tentativa de silenciar a solidariedade internacional ao povo palestino.
Brasileiros sequestrados pela marinha israelense
A Sputnik Brasil identificou os brasileiros que estavam a bordo da flotilha:
Thiago Ávila, membro do Comitê Diretor da Global Sumud Flotilla;
Mariana Conti, vereadora de Campinas (PSOL);
Nicolas Calabrese, professor e coordenador da Rede Emancipa no Rio de Janeiro;
Lisiane Proença, comunicadora popular;
Magno Costa, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP;
Ariadne Telles, advogada popular;
Mansur Peixoto, criador do projeto História Islâmica;
Gabi Tolotti, presidente do PSOL-RS;
Mohamad El Kadri, presidente do Fórum Latino Palestino e coordenador da Frente Palestina de São Paulo;
Lucas Gusmão, ativista internacionalista.
O sequestro desses militantes, todos engajados em causas humanitárias e de solidariedade internacional, é uma afronta ao direito internacional e aos princípios humanitários básicos. Israel, que já impõe um bloqueio criminoso há quase duas décadas sobre Gaza, amplia agora sua repressão contra quem tenta socorrer um povo massacrado.
Genocídio e impunidade
A Faixa de Gaza vive um dos piores desastres humanitários do século, resultado direto da política de extermínio praticada pelo governo de Benjamin Netanyahu, denunciada por diversas organizações internacionais como genocídio. Milhares de civis palestinos foram mortos, incluindo crianças, mulheres e idosos, em uma ofensiva que destruiu hospitais, escolas e abrigos da ONU.
A interceptação da flotilha soma-se a uma série de crimes de guerra cometidos sob o silêncio das potências ocidentais, que continuam a apoiar o regime israelense militar e financeiramente. O bloqueio marítimo — declarado ilegal pela ONU — impede a entrada de alimentos, medicamentos e combustível, condenando mais de dois milhões de palestinos à fome e ao desespero.
“O mundo precisa reagir à barbárie. O que acontece em Gaza é um genocídio transmitido ao vivo, e o sequestro desses ativistas é parte da tentativa de calar a solidariedade internacional”, declarou Gleisi, em referência ao ataque israelense contra a missão humanitária.
Solidariedade internacional e a voz do Brasil pela paz
A declaração da ministra reforça a posição histórica do Brasil em defesa do direito internacional e da autodeterminação dos povos, e marca uma resposta firme diante do autoritarismo e da violência israelense. O país tem se colocado como defensor do cessar-fogo imediato e da entrada irrestrita de ajuda humanitária em Gaza, posição reiterada pelo governo do presidente Lula em diversos fóruns internacionais.
Em várias capitais europeias, milhares de pessoas foram às ruas neste fim de semana para denunciar o genocídio e exigir a libertação dos ativistas sequestrados, incluindo os brasileiros. A pressão popular cresce, e o mundo começa a perceber que não se trata de guerra, mas de massacre — um massacre que afronta a consciência humana.