Tem-se por bolsonarista papangu (com todo respeito aos papangus) o eleitor de Bolsonaro que não acredita no resultado das urnas, mas acredita que um general de pijama daria um golpe de Estado, trazendo um país melhor.
Dissociado da realidade e com delírios conspiracionistas, o bolsonarista papangu tentou de tudo: encenou ser vítima de agressões, esperneou, andou pregado em caminhão, tomou chuva e até apelou para ETs.
Nada disso trouxe o apoio expresso de Bolsonaro e sua família, nem dos militares, de pijama ou não.
Diante do silêncio, o bolsonarista papangu pensava que seus heróis estavam nos quartéis, tramando um golpe contra a democracia que justificasse o sofrimento e humilhação pública dos “patriotas”.
Ontem, porém, vazou uma foto do filho do de Bolsonaro na copa do Catar, curtindo com passaporte diplomático, torrando dinheiro e sorrindo, enquanto os “patriotas” humilhavam-se pelo Bolsonaro pai no Brasil.
A cena é a síntese do Bolsonarismo papangu: os patriotas não veem que estão sendo humilhados publicamente, enquanto presidente, ministros e família curtem os últimos dias de mordomia governamental como se não houvesse amanhã.
O papangu do carnaval, pelo menos, tem consciência da sua realidade carnavalesca.