O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu retirar definitivamente os garimpeiros das terras indígenas do país. O compromisso foi assumido durante a 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas, que acontece na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Lula viajou para participar do evento acompanhado de uma comitiva que reunia ministras e ministros como Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Nísia Trindade (Saúde), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e José Múcio (Defesa) e outras lideranças importantes do governo, como a presidenta da Funai, Joenia Wapichana.

Aberta no último sábado, a Assembleia reúne cerca de 2 mil indígenas para debates que têm como tema central Proteção Territorial, Meio Ambiente e Sustentabilidade. Estão presentes representantes de diversos povos, como Yanomami, Macuxi, Wai Wai, Yekuana, Wapixana, Ingarcó, Sapará, Patamona e Taurepang. Os debates vão até terça-feira (14).

“Vocês funcionam como guardiões daquela floresta. Só tiram da terra o que é necessário para comer. Ninguém tira da terra para acabar com aquilo que a natureza criou”, disse Lula aos participantes do encontro. Esta foi a segunda viagem do presidente a Roraima desde o início do mandato, em janeiro.

Antes de discursar, Lula ouviu falas de lideranças indígenas e recebeu uma carta assinada pelos participantes do evento. O presidente prometeu acelerar processos de demarcação de terras e trabalhar em parceria com ministérios para garantir financiamento agrícola aos povos indígenas.

“Não é possível que a gente ao longo desse tempo emprestou tanto dinheiro para a produção agrícola neste país e não tenha chegado dinheiro à produção agrícola indígena. Chegando a Brasília, vou tratar disso com muito carinho”, garantiu.

“Se o ouro está numa terra indígena, ninguém tem direito de mexer nele”

Na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, Lula prometeu retirar “definitivamente” os garimpeiros das terras indígenas do país. O presidente participou da 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas.

Cobranças

Um dos líderes do povo Yanomami, Davi Kopenawa foi um dos participantes da assembleia que falaram ao presidente. Ele reforçou os pedidos para o fim da mineração nas terras indígenas e cobrou a contratação de médicos, enfermeiros, técnicos, dentistas e outros profissionais de saúde.

“Depois de tirar os garimpeiros, vamos recuperar a Sesai [Secretaria Especial da Saúde Indígena]. Precisamos salvar as crianças que sobraram. Já morreram 577, não queria deixar morrerem mais”, disse Kopenawa. “A mineração mata os indígenas e mata o povo da cidade também. Mata o rio, mata a alma da floresta”.

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