Ontem estava na estrada e resolvi ligar na 96FM, no Jornal das 6.
Gosto dos comentários sensatos do Dinarte Assunção.
Também gosto de ouvir Gustavo Negreiros, que é cômico, quando não é trágico. Sendo cômico, divirto-me; sendo trágico, tenho pauta para falar da elite bolsonarista natalense.
Mas ontem foi um dia atípico.
Gustavo, destemperado defensor do bolsonarismo, teve um surto de bom senso em seu “direitismo” e defendeu a “reforma tributária do PT”.
Seu companheiro de bancada, Renato Cunha Lima não aceitou o bom senso inusitado e partiu para cima com argumentos bolsonaristas sem pé nem cabeça.
E a batalha prosseguiu, com ânimos acirrados, entre a direita desbocada, guerrilheira e pragmática e a direita engomadinha, bebedora de campari e bitolada.
Gustavo destruiu.
Chamou Bolsonaro de burro e estrategista incompetentemente. Chamou a direita de burra e incompetente. Disse (não expressamente) que Lula é o maior político das últimas décadas, (agora expressamente) que domina as disputas presidenciais desde a redemocratização. Disse que Lula sabe jogar, sabe exercer o poder e vai continuar no poder se a direita continuar cega.
Sobre a reforma, apontou a incompetência de Bolsonaro por não ter aprovado o texto durante seu mandato, bem como a fraqueza dos argumentos de Renato Engomado Lima contra o novo arcabouço.
Um dia definitivamente inusitado.
Só hoje, opto por me referir ao colega não como destemperado, mas como Gustavo Até Razoável Negreiros.
Minha única tristeza é que não tinha uma pipoca de cinema comigo durante a viagem.