Ontem, 13, durante uma sessão da CPMI dos atos do 8/1, o Senador Rogério Marinho chorou, ao falar sobre os golpistas que ainda estão presos.

Sobre o assunto, inevitável a reflexão de que, para o “bolsonarismo raiz”, os golpistas eram “petistas infiltrados para fazer baderna”.

Então, sob esta lógica, ou Rogério chorou por “petistas infiltrados”, ou os golpistas eram bolsonaristas mesmo.

Não tem como saber. Mas se sabe que Rogério não chorou pelos mais de 700 mil que faleceram pela COVID.

O episódio me faz recordar que cada vez mais bolsonaristas deixam o “bolsonarismo raiz” rumo ao “bolsonarismo pragmático”.

Já escrevi isso, utilizando o exemplo do colega Gustavo Destemperado Negreiros.

Esses dias conversei com um amigo que era “raiz”, mas que, embora permaneça odiando o PT, já vê Bolsonaro como culpado pela prisão dos apoiadores golpistas.

“Ele foi irresponsável, apoiou aquelas pessoas e, depois que foram presas, não fez mais nada!”, disse o amigo (não mais) raiz, que já vê em Tarcísio a esperança da direita.

Talvez o choro de Rogério se deva à percepção de que a estrutura do bolsonarismo que possibilitou que ele chegasse ao Senado simplesmente não existe mais.

Nem voltará a existir.

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