Sob o governo Lula, o MEC, felizmente, deixou de incentivar as chamadas “escolas cívico-militares”, instrumentos de Bolsonaro para, com dinheiro público, doutrinar jovens e encher os bolsos de militares da reserva.
A decisão foi suficiente para a direita exercer sua “ira santa”. O colega Gustavo Destemperado Negreiros, por exemplo, publicou um artigo sustentando a ignorância do ministro da educação quanto ao tema. “Ele nunca visitou uma escola dessas”, escreveu, com os nervos, certamente, à flor da pele.
O grande argumento da direita para a defesa da bitolação cívico-militar refere-se aos bons índices apresentados em provas avaliativas.
De fato, tais instituições possuem ótimas notas em ciências, olimpíadas de conhecimento e muitas aprovações em universidades públicas. Porém, as boas avaliações devem-se não ao formato militar, mas ao investimento e à estrutura. Escolas civis com investimento similar possuem idênticos índices ou até melhores.
O que a direita quer mesmo com essas escolas, embora não diga, é direcionar as crianças e adolescentes para uma ideologia de direita, sem maiores reflexões, sob o pretexto de “ordem escolar”.
Crianças e adolescentes com ótimas notas em matemática, português, física, mas sem reflexão de mundo, tornar-se-iam engrenagens da estrutura regida por uma razão meramente instrumental, técnica, cujo intuito primordial é facilitar a dominação política pela direita e proteger os interesses da elite.
O que a direita quer é o que escreveu Geraldo Vandré em “Para não dizer que nãos falei das flores”: “Nos quartéis lhe ensinam // Uma antiga lição // De morrer pela Pátria // E viver sem razão”.
Felizmente, sob o governo Lula, o MEC respondeu: “aqui, não”.