Desde 2016, a esquerda vem perdendo feio para a direita na comunicação política.
E aqui não adianta simplesmente culpar governos e mandatos: a culpa é também da militância, que se desconectou, e muito, das massas.
A militância isolou-se em ambientes confortáveis: debates acadêmicos, plenárias sindicais e partidárias, movimentos sociais e culturais.
Arrogantemente, já não fazíamos questão de sermos entendidos pelas massas. As massas que se dessem ao trabalho de nos entender.
Só conseguíamos defender ideias de esquerda para outras das quase infinitas tendências da própria esquerda. Como bem resumiu um companheiro experiente um dia desses: “nossa militância, regra geral, é um cachorro correndo atrás do próprio rabo”.
Privilegiamos as pautas identitárias em detrimento das pautas de massa.
Então não conseguimos convencer o povo das pautas identitárias e, mais do que isso, a direita convenceu as massas de que tais pautas eram “mimimi”, imorais ou, até mesmo, “coisa do demônio”.
Tornamo-nos, muitas vezes, escória para a classe trabalhadora que defendíamos, em grande parte porque, cegos pela arrogância, não conseguíamos mais ver a crua realidade material à nossa frente.
Há mais de um ano, clamo no deserto seco, tentando convencer os companheiros disso.
Mas, nos últimos meses, algo mudou. Pautas de massa foram postas no debate, com destaque para três.
Nas três, vencemos a guerra de discursos.
Isso nos ensina algo.
Eu direi o que é num vídeo que publicarei à noite.
Mas apenas se este post passar de 13 compartilhamentos no Instagram.