Por Moíses Mendes, do DCM – Por que a extrema direita brasileira não está moribunda, como muitos esperavam que estivesse mais de um ano depois da posse de Lula? Por vários fatores, alguns de fácil comprovação e outros entregues às especulações.
Primeiro, porque Bolsonaro não morreu politicamente, como mostram as pesquisas, e os danos dos últimos acontecimentos envolvendo os militares ainda não foram medidos.
A aglomeração na Paulista foi o primeiro efeito prático da respiração boca a boca em Bolsonaro, com resultados surpreendentes para quem esperava menos gente e menos entusiasmo.
O bolsonarismo e o antipetismo sobrevivem também às custas da artilharia da grande imprensa, que volta a atacar Lula com a intensidade dos seus dois primeiros governos.
Essa artilharia ajuda a atrapalhar a percepção média do povo de que a vida de fato melhorou. Até porque tem gente achando, por convencimento da Globo, que faz parte do mesmo grupo que se queixa da não entrega de todo o lucro da Petrobras às hienas do mercado.
Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)
A extrema direita sobrevive também pela combinação de expectativas externas, que mexem com o ânimo de uma classe média branca e bem de vida que se informa sobre o que acontece lá fora.
Essa classe média ativa de tios e tias, que é a base do bolsonarismo e esteve na Paulista, animou-se com a eleição de Javier Milei na Argentina e está animada com a possibilidade de retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos.
Nesse domingo, Trump disse em Ohio que no seu novo governo imigrantes serão reprimidos e devolvidos aos seus países, porque “não são pessoas”, e anunciou que sua derrota causará “um banho de sangue”.
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