Por Padre Fábio, do Saiba Mais – Na encíclica Fratelli Tutti o Papa Francisco, em conformidade com a Doutrina Social da Igreja já expressa nas encíclicas, no catecismo, no compêndio e nos pronunciamentos dos seus antecessores faz uma crítica contundente a uma economia que não tenha como centralidade a dignidade da pessoa humana, a justiça social e o respeito ecológico.

O próprio Catecismo que condena o comunismo, condena igualmente o capitalismo, não em si mesmo, mas quando desumano ou selvagem, como é frequentemente.

O Papa Bento XVI, em 2007, no seu livro Jesus de Nazaré criticou “a crueldade do capitalismo, do colonialismo e do poder dos ricos sobre os pobres. Confrontados com o abuso do poder econômico, com a crueldade do capitalismo que rebaixa os homens a mercadorias, nós começamos a ver mais claramente os perigos da riqueza e a entender em uma nova maneira o que Jesus queria ao nos alertar sobre a opulência”. Vai repetir outras vezes, como fez na Mensagem de Ano Novo de 2013: “Causam apreensão os focos de tensão e conflito causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio duma mentalidade egoísta e individualista que se exprime inclusivamente por um capitalismo financeiro desregrado”. No mesmo ano, poucos dias depois, falou aos participantes os participantes da XXIV Assembleia Plenária do Pontifício Conselho Cor Unum: “o capitalismo selvagem gerou crise, desigualdade e miséria”.

O mesmo podemos dizer do papa João Paulo II na sua histórica visita a Cuba em janeiro de 1998. “Ressurge em vários lugares uma forma de neoliberalismo capitalista que subordina a pessoa humana e condiciona o desenvolvimento dos povos às forças cegas do mercado, impondo um gravame, a partir dos seus centros de poder, aos povos menos favorecidos com ônus insuportáveis. Assim, por vezes, impõem-se às nações, como condições para receber novas ajudas, programas econômicos insustentáveis. Deste modo, assiste-se no concerto das nações ao enriquecimento exagerado de poucos à custa do empobrecimento crescente de muitos, de forma que os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres”. Já havia dito na Encíclica Centesimus Annus: “É inaceitável a afirmação de que a derrocada do denominado socialismo real deixe o capitalismo como único modelo de organização econômica” (35).

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