Stephen Collinson/CNN – Há duas razões pelas quais o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, precisa que o mundo acredite em suas afirmações inflexíveis de que o programa nuclear iraniano foi destruído.

Primeiro, toda a sua presidência está estruturada para refletir a glória de sua própria persona de homem forte, alimentando uma narrativa de liderança corajosa, única e infalível.

Informações que contradigam esse mito não são bem-vindas.

Segundo, qualquer evidência de que o Irã mantém a capacidade de fabricar armas nucleares ou de reiniciar seu programa após os ​​bombardeios americanos levantaria uma questão incômoda: os Estados Unidos deveriam usar a ação militar novamente para tentar concluir o trabalho e responder a quaisquer avanços futuros nas capacidades do Irã com mais ataques?

Isso potencialmente abriria um período de quase guerra com o Irã, com duração de anos, para o qual Trump não tem apetite; aumentaria os riscos de um conflito mais amplo; e irritaria sua base política.

Trump e seus principais assessores estão provocando indignação exagerada e criticando a mídia por divulgar uma avaliação inicial de “baixa confiança” da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês), de que os ataques dos EUA a três instalações do Irã não conseguiram destruir os principais componentes do programa nuclear e provavelmente só o atrasaram em meses.

O presidente redobrou seus esforços em uma entrevista coletiva na cúpula da Otan para retratar o ataque como “muito, muito bem-sucedido”. Ele acrescentou: “Foi chamado de obliteração. Nenhum outro exército na Terra poderia ter feito isso”.

A Casa Branca destacou uma avaliação do chefe do Estado-Maior Militar de Israel, na quarta-feira (25), de que o programa nuclear iraniano sofreu danos “sistêmicos” e atrasou anos, e o diretor da CIA, John Ratcliffe, afirmou em um comunicado que a agência tinha evidências de que o programa havia sido “severamente prejudicado”.

Mas essas declarações, embora sugiram que o Irã sofreu um duro golpe, ainda não corroboram totalmente as amplas alegações de Trump.

As táticas do presidente eram familiares. Ele está globalizando sua estratégia de criar suas próprias narrativas, independentemente de haver ou não evidências para comprová-las.

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