Caroline Nogueira/Uol – O governo Lula (PT) quer aproveitar a “maré cheia”, com a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais e a melhora na aprovação da gestão petista, para investir em outras pautas populares entre os trabalhadores: o fim da escala 6×1 e a tarifa zero no transporte público.
O que aconteceu
O governo vai reunir líderes da base aliada para tentar destravar a pauta na Câmara. No encontro entre a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), autora da PEC (proposta de emenda à Constituição) que reduz a jornada de trabalho, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ficou acertada uma reunião nos próximos dias com a lideranças de partidos de esquerda, como o próprio PT, PSOL, PCdoB e PSB, para conversar sobre as possibilidades de fazer o tema avançar na Casa.
Partidos aliados, MDB e PSD também serão chamados para conversar sobre o assunto. Hilton disse ao UOL que a ideia do governo é “entender como eles estão se posicionando e qual texto eles querem construir para tentar criar um consenso entre as lideranças”. De acordo com a deputada, o governo entende que “é uma boa proposta, que ganhou tração e não pode deixar essa bola quicando”, afirmou.
Proposta foi protocolada em fevereiro, mas aguarda despacho do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Hilton apresentou a PEC com 234 assinaturas de apoio e agora aguarda o chefe da Casa enviar o texto para tramitação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Depois de aprovada no colegiado, precisa ser debatida em uma comissão especial e só então seguir para o plenário. Enquanto não avança, o tema é debatido em uma submissão especial.
No pronunciamento em comemoração ao Dia do Trabalhador, Lula afirmou que é preciso “aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho”. No vídeo, veiculado em rede nacional, o presidente disse que é necessário ouvir todos os setores da sociedade “para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras”.
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