“Trends” são conteúdos que ganham popularidade durante determinado período. Um formato de vídeo que viraliza, a partir do qual as pessoas gravam vídeos similares, na esperança de também viralizar, por exemoplo.

As “trends” que mais fazem sucesso são as de vídeos curtos (menos de um minuto). Uma trend recente consistia em gravar um vídeo com MENOS DE UM SEGUNDO (??).

Minha tese é que esse formato de comunicação vem fazendo com que as pessoas fiquem mais burras. Explico.

A cognição, ou seja, o processo/capacidade de adquirir conhecimento é influenciado pelo modo como reagimos às informações (livros, músicas, vídeos).

É como um músculo: se treinamos, melhoramos a nossa capacidade de adquirir conhecimento; se não treinamos, tendemos a sentir mais dificuldade de adquirir conhecimento.

Ao termos acesso constante a “trends” aleatórias de vídeos curtos, o funcionamento do nosso cérebro e o nosso comportamento, dois fatores que influenciam na cognição, vão sendo moldados.

Cada vez mais é comum jovens que não conseguem se concentrar numa aula, não conseguem ler um livro e, as vezes, não conseguem sequer ver um filme, por achá-lo “longo demais”.

Vejam as músicas mais ouvidas do Brasil: são mais ouvidas porque, geralmente, determinado trecho dela viralizou junto com uma “trend”.

Assim como não temos força para levantar peso se não treinarmos, pelo consumo excessivo de conteúdos rasos vamos perdendo a capacidade de consumir conteúdos complexos.

Se não conseguimos consumir conteúdos de maior complexidade, paramos de progredir na aquisição do conhecimento e podemos até esquecer o que já havíamos aprendido.

Ou seja, vamos ficando mais burros.

No futuro, pretendo provar essa tese cientificamente, se, até lá, as “trends” de vídeos curtos não tiverem acabado com a ciência.