Do DCM – O Banco Mundial revisou, em outubro, suas projeções para o crescimento da economia brasileira em 2023, prevendo agora um aumento de 2,6% no Produto Interno Bruto (PIB), mais do que o dobro em comparação com a estimativa anterior, que era de 1,2% em junho.
William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, destacou em uma coletiva de imprensa virtual que o governo brasileiro está agindo de maneira construtiva para lidar com os altos níveis de endividamento dos consumidores. Ele mencionou o programa Desenrola, lançado este ano pelo governo federal, que visa à renegociação de dívidas de pessoas físicas.
Maloney também observou que o Brasil e o Chile foram os primeiros países da região a reduzir suas taxas de juros básicas, uma medida que pode impactar positivamente o crescimento econômico no futuro.
No que diz respeito à América Latina, o órgão revisou sua projeção de crescimento para 2% em 2023, ante a estimativa anterior de 1,4%. O economista enfatizou a importância de trabalhar em duas frentes para aumentar a produtividade e as taxas de investimento na região.
O relatório divulgado pelo Banco Mundial destaca a relevância da conectividade digital na América Latina e no Caribe para abordar três problemas interligados: baixo crescimento econômico, espaço fiscal limitado e descontentamento social. O relatório menciona exemplos de como a conectividade digital pode melhorar a eficiência dos serviços governamentais, da educação à saúde, e beneficiar o setor privado por meio da troca de tecnologia entre empresas.
No entanto, o Banco Mundial ressaltou que o potencial da conectividade ainda não está totalmente explorado na região, com áreas de difícil acesso carecendo de cobertura digital básica e questões de custo afetando o acesso à infraestrutura digital. Além disso, aproximadamente 38% da população da região opta por não usar a internet, mesmo em áreas com cobertura, devido a barreiras como custo e acessibilidade.
A instituição também alerta para a importância de garantir que a conectividade digital não acentue as desigualdades espaciais, educacionais ou de gênero, destacando a necessidade de medidas para evitar que as disparidades de renda aumentem no futuro.