(Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o último debate antes do segundo turno para fazer uma promessa de aumento do salário mínimo após o vazamento de estudos que projetavam que seu governo poderia deixar de reajustar o valor, enquanto o adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou o candidato à reeleição por sua atuação na pandemia de Covid-19 e pela política pró-armas do governo.
Pressionado pelas notícias de que a equipe econômica estudava desindexar os aumentos do salário mínimo da inflação em caso de reeleição, Bolsonaro afirmou logo na abertura do debate realizado pela TV Globo na noite de sexta-feira que vai aumentar o valor para 1.400 reais por mês se vencer a eleição no domingo, apesar de o valor previsto no Orçamento ser menor.
“Tanto é verdade que acertamos a economia que eu posso anunciar que o novo salário mínimo será de 1.400 reais”, disse o candidato à reeleição, que aparece entre cinco e seis pontos percentuais atrás de Lula nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de domingo.
O valor prometido por Bolsonaro, entretanto, não consta sequer da peça orçamentária de 2023, que prevê um mínimo de 1.302 reais. Neste ano, o salário mínimo está em 1.212 reais.
A polêmica dos últimos dias sobre o salário mínimo causou estragos na campanha de Bolsonaro, disseram fontes do QG bolsonarista à Reuters, daí a pressa dos estrategistas em divulgar mensagens nas redes sociais com a nova promessa enquanto o debate da Globo ainda estava no ar.