Isabella Alonso/Veja – O ex-presidente Jair Bolsonaro foi a um culto evangélico na manhã desta quinta-feira, 24, e chorou diante das câmeras de TV enquanto saía a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o livrando da prisão. O magistrado liberou-o para conceder entrevistas e o advertiu sobre o uso das redes sociais, inclusive de terceiros, como o seu filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o ex-presidente ao lado do senador Magno Malta (PL-ES) chorando durante a cerimônia religiosa. Um pedaço da tornozeleira eletrônica ficou aparente sob a calça de Bolsonaro, mas ele não mostrou o artefato. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro subiu ao púlpito para falar e o filho mais novo do ex-presidente, o vereador Jair Renan (PL-SC), também está presente.
Segundo informações da CNN Brasil, o próprio Bolsonaro autorizou a entrada da imprensa e a captação das suas imagens, mas não conversou com jornalistas no começo do culto, que ainda não acabou.
Desde a sexta-feira passada, Bolsonaro está usando tornozeleira eletrônica, proibido de usar suas redes sociais e de sair de casa entre as 19h e as 6h, por determinação de Moraes. Na última segunda-feira, 21, horas depois de o ministro despachar afirmando que ele poderia ser preso caso utilizasse as redes sociais de terceiros, o ex-presidente foi à Câmara se encontrar com parlamentares do PL, ocasião em que conversou com jornalistas e mostrou a tornozeleira eletrônica.
Moraes concedeu 24 horas para que os advogados do ex-presidente explicassem o episódio. A defesa dele apresentou um recurso no final da tarde de terça, 22, pedindo que o ministro fosse mais claro sobre os limites das cautelares impostas, especificamente sobre a proibição ou não de conceder entrevistas.
A decisão saiu nesta manhã. O ministro disse que Bolsonaro pode falar com a imprensa, desde que respeite as outras regras cautelares — o horário de se recolher em casa e o não-uso de redes sociais, inclusive de terceiros. A decisão advertiu o ex-presidente, inclusive para o fato de que, caso seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), falasse dele nas redes sociais, a prisão preventiva será decretada. Moraes disse que “a Justiça é cega, mas não é tola”.