Por Kiko Nogueira, do DCM – Durante o debate da TV Gazeta entre os candidatos a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal protagonizou mais um episódio que exemplifica como sua postura mina o debate público e normaliza o fascismo instagramável.

Em tese, as regras eram mais duras para evitar os vexames anteriores causados pelo coach picareta. No entanto, Marçal, conhecido por seu estilo provocador e desrespeitoso, sabe como utilizar a falta de reação de seus adversários e dos mediadores para tomar controle da baixaria.

Quando ele se referiu ao concorrente Guilherme Boulos como “Boules”, logo no início, numa tentativa de ridicularizar o uso da linguagem neutra usada no Hino Nacional cantado num comício, e nenhum membro da direção interveio, Marçal já havia vencido uma batalha crucial: estabeleceu o tom.

A ausência de uma resposta imediata à sua provocação abriu caminho para que atitudes como a dele se tornassem parte do “jogo”. Daí em diante vieram “Chatábata”, “Bananina”, “Dapena” e novas insinuações de que o candidato do PSol cheira cocaína. Enquanto os contendores respondiam no tête-a-tête, ele fazia o M com a mãos. Um lixo completo.

No momento em que Marçal distorceu o nome de Boulos, ele está, na verdade, introduzindo o baixo nível do encontro. É um gesto que, não contestado, acabou legitimando comportamentos autoritários e preconceituosos em um espaço que deveria prezar pelas propostas e por provocação, digamos, limpa.

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