Augusto de Sousa/DCM – Integrantes do PL e aliados próximos a Jair Bolsonaro avaliam como um erro o posicionamento do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como possível candidato à Presidência em 2026. O movimento é considerado “equivocado” por contrariar a estratégia do ex-presidente, que tem reafirmado publicamente que será o nome da disputa.
Segundo Bela Megale, do Globo, fontes próximas ao bolsonarismo afirmam que, ao se colocar como opção, Eduardo sinaliza que acredita na prisão do pai ou que Jair Bolsonaro permanecerá inelegível pela Justiça Eleitoral. Aliados afirmam que o deputado não agiu em concordância com a família.
Em entrevista à revista Veja, Eduardo afirmou que concorreria ao Planalto apenas se fosse “uma missão dada pelo meu pai”. Ele também mencionou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) como possíveis nomes, mas ressaltou que a decisão caberá a Jair Bolsonaro.
“Obviamente, se for uma missão dada pelo meu pai, vou cumprir. Inclusive, meu nome já figurou em algumas pesquisas, né? Fiquei feliz. Mas eu acho que, numa democracia normal, quem deveria ser um candidato mesmo deveria ser o Jair Bolsonaro, que inclusive lidera nas pesquisas”, disse Eduardo.
Nos bastidores, o nome de Eduardo já tem sido testado como plano B caso o ex-presidente não possa concorrer em 2026. Segundo apuração da colunista Raquel Landim, do Uol, a preferência da família é por alguém “de dentro” do clã. Michelle aparece com melhor desempenho em pesquisas, mas os filhos de Bolsonaro não depositam plena confiança nela.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também é cotado, mas não é o favorito da família. Já Tarcísio, embora tenha boa relação com o ex-presidente, não é visto como totalmente alinhado.
A estratégia de Eduardo nos EUA, onde está fugido desde março, tem sido usada para fortalecer sua imagem como possível líder. Inicialmente, o plano era que Eduardo disputasse o Senado em 2026. Enquanto isso, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), atual vereador, deve concorrer a uma vaga no Senado por outro estado, já que Flávio busca a reeleição e há disputa interna no PL pela segunda vaga.