Desde criança escuto meu pai citar Magalhães Pinto, afirmando que “a política é como uma nuvem”, em razão da sua dinâmica e das mudanças rápidas e imprevisíveis.

Ouso ir mais longe e dizer que não apenas a política é como uma nuvem, mas também a percepção sobre as conjunturas a ela relativas. Novos acontecimentos podem tornar contestáveis análises politicas antes consideradas corretas.

Esses dias, escrevi um artigo crítico em relação a Rafael Motta e sua postura na disputa para o Senado.

Argumentei que teria sido melhor ele não ter concorrido, deixando o espaço aberto para Carlos Eduardo vencer a Rogério Pesadíssimo Marinho. E defendi que agisse de modo diverso do anterior em relação à Prefeitura de Natal.

Hoje vejo uma entrevista de Carlos Eduardo dizendo que vencerá Natália nas urnas e que buscará inclusive o apoio da direita para disputar a prefeitura de Natal.

A declaração não é suficiente para eu mudar totalmente meu posicionamento anterior, mas me sinto obrigado a, pelo menos, contestá-lo: “será que a vitória de Carlos para o Senado seria tão boa assim”? “Será que não haveria outra forma de garantir a vitória de Fátima no primeiro turno e, ao mesmo tempo, apoiar para o Senado Jean ou Rafael?”.

Só tenho certeza de que hoje não escreveria mais aquele artigo que escrevi com uma certa crítica a Rafael.

E, por questão moral de coerência, é importante que eu o diga de modo expresso.

Realmente, a compreensão acerca dos fatos políticos pode ser, também, como uma nuvem.

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