Surgido do mesmo processo de disfunção cognitiva que gerou o “patriota anti-pátria” e o “evangélico anti-evangelho que defende massacre de crianças palestinas achando que é pressuposto para a volta de Jesus”, há também o “católico anti-autoridade” apostólica.

Uma das principais distinções entre o catolicismo (romano e oriental*) em relação às outras vertentes do cristianismo é a compreensão de que os bispos católicos possuem sucessão apostólica, em razão de terem sido validamente ordenados numa linha ininterrupta que segue até os apóstolos, dos quais são sucessores.

Para os católicos, apenas a Igreja católica possui “autoridade apostólica”, representada, em última instância, pelo Bispo de Roma, sucessor de São Pedro.

O reconhecimento da autoridade e da sucessão apostólicas é, portanto, um ponto central da eclesiologia católica.

Mas não para os “católicos anti-autoridade apostólica”, que se acham moralmente superiores ao Papa e ao Bispo ao qual respondem.

Esse tipo de “católico” não segue as escrituras, a tradição apostólica nem o magistério, mas apenas o desejo de fortalecer seus projetos políticos pessoais.

Veja o caso do blogueiro Gustavo Anti-Papa Negreiros, que se identifica como católico, mas ataca abertamente as autoridades do papa e do arcebispo de Natal.

Recentemente, Álvaro Dias entregou uma imagem de Nossa Senhora da Apresentação ao Papa, e Gustavo, católico com moral superior à de Moisés, aconselhou o prefeito a “se benzer” por ter encontrado o “papa esquerdista”.

Hoje, novamente, Gustavo desdenhou da autoridade do arcebispo de Natal, Dom João, insinuando que este deixou de transferir padre Murilo apenas pelas “preferências esquerdistas” do presbítero.

O colega Gustavo é uma espécie de protestante que em vez de defender o sola scriptura defende o “sola bolsonarvs”.

O pior: com o incentivo de padres ligados ao “Plano Palumbo”, os quais, embora sejam “anti-autoridade apostólica”, não têm coragem de mostrar a cara.

*A Igreja Católica Apostólica é formada pela Igreja Romana e 23 igrejas autônomas orientais. Estas últimas reconhecem a autoridade do Papa como cabeça da igreja visível e não se confundem com as igrejas ortodoxas.

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