Para mim, após o segundo governo Lula, a esquerda se acomodou na comunicação política.
Direcionou o discurso em boa parte para movimentos sociais, intelectuais, profissionais da cultura e outros setores tradicionalmente de esquerda, negligenciando os que “estão do lado de fora”.
Penso que essa postura contribuiu para a ascensão de Bolsonaro em 2018, diga-se, com o respaldo de boa parte da massa trabalhadora.
Ou vamos negar que, embora não na mesma proporção do empresariado, grande parte dos trabalhadores votaram na extrema-direita em 2018?
Falhamos na comunicação ao ponto de trabalhadores preferirem votar numa excrescência como Bolsonaro a votar de Haddad.
Felizmente Lula voltou.
Porque Lula, além dos “setores internos” acima citados, atinge também as massas de modo bem mais efetivo do que a qualquer político de esquerda.
É por isso que nas pesquisas de aceitação feitas em qualquer município do RN a aprovação de Lula está maior do que a de Fátima, a do PT e a da esquerda em geral.
A força do carisma de Lula foi muito bem retratada nessa fotografia.
Nas mãos da menina, o coração do afeto, em vez da “arminha” do ódio.
No menino que não olha para a câmera, a simbologia de um momento espontâneo e simples, como é o nosso povo.
No pai, a seriedade; na mãe, a felicidade pela casa recebida.
Com uma simples fotografia, Lula consegue se comunicar com as massas de um modo mais efetivo do que se realizasse mil plenárias, do que se realizasse mil estudos científicos sociais.
O retrato do carisma do líder nos recorda que é preciso deixar de falar apenas para dentro e voltar a atingir as massas não tradicionalmente de esquerda.
Pois, se não as atingirmos, outros, certamente, as atingirão.