Rodrigo Coelho/Brasil de Fato – Brasil e Índia, os dois países mais tarifados pelo presidente Donald Trump pretendem estreitar laços comerciais. Analistas acreditam que a parceria é uma das que reservam maior potencial para mitigar os efeitos das sanções que elevam em 50% as exportações dos países para os Estados Unidos.

“Acredito que reforçar os laços com a Índia é central nesse momento de tarifaço e protecionismo, ampliando parcerias que têm potencial de ganho econômico para o empresariado brasileiro”, disse, ao Brasil de Fato, Fernanda Nanci, do Departamento de Relações Internacionais da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj).

“A Índia apresenta mercados interessantes para o empresariado brasileiro, sobretudo em alimentos e energia”, aponta. Ela lembra que, por ser um país populoso, com mais de um bilhão de habitantes, existe a preocupação com a segurança alimentar. “O Brasil tem um setor dinâmico de agronegócio que está sendo impactado pelos americanos. No ramo da energia, a Índia está em crescimento econômico, necessitando suprir sua demanda.”

Os indianos também podem se beneficiar de um acesso mais amplo ao mercado brasileiro, em especial em fármacos e tecnologia. “A relação comercial entre os países tem potencial de ser ampliada, no cenário em que ambos estão buscando diversificar parceiros e lidar com o tarifaço, mas para ambos os lados não substituem o peso do mercado dos Estados Unidos.”

Tarifas contra Brasil e Índia
Em abril, o presidente dos EUA anunciou tarifas sobre importações da maioria dos países do mundo, com o Brasil recebendo o patamar mais baixo, 10%, e a Índia, 25%. Mas, no fim de julho, o percentual subiu para 50%, em uma tentativa de chantagear o Judiciário brasileiro para eximir de responsabilização criminal o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Já a Índia sofreu, em 6 de agosto, tarifas extras de 25%, elevando o total para 50%, sob a justificativa de comprar petróleo russo – país sancionado devido à guerra contra a Ucrânia e que exporta petróleo, direta ou indiretamente, para inúmeras nações, inclusive o Brasil. Cerca de 70% do diesel importado pelo Brasil é russo, o que coloca o Brasil como potencial alvo de ainda mais sanções dos Estados Unidos.

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