Por @silverioalvesfilho

A arte tem o poder de eternizar e singularizar acontecimentos, existes ou não.

Muitas noites estreladas ocorreram nestes bilhões de anos em que nosso planeta existe, mas nenhuma delas foi nem será como a pintada por Van Gogh.

No quarto onde durmo quando estou na casa da minha tia em Nova Floresta/PB, há uma mulher sem rosto, inexistente, mas singularizada e eternizada pela arte.

Em suas curvas há fragilidade e poder.

Fragilidade, externada pelos traços delicados e pela postura corporal de entrega, uma postura de quem não deseja lutar.

Poder, externado pela persuasiva e incontestável sensualidade.

Entre a fragilidade e o poder, muitas facetas possíveis.

Todas elas indecifráveis.

Todas elas pertencentes à inexistente, singular e imortal mulher sem rosto.

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