José Reinaldo/Brasil 247 – Durante a quarta reunião ministerial do Fórum China-CELAC, realizada em Pequim, os países membros da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) aprovaram por unanimidade a Declaração de Pequim, um documento que repercutiu intensamente não apenas na região, mas em todo o Sul Global. A análise e editorial do jornal chinês Global Times, jornal chinês com projeção internacional, destacaram os múltiplos significados da declaração, aplaudida com entusiasmo por líderes e analistas latino-americanos.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, saudou o conteúdo do documento como “uma fonte de encorajamento” para os países da América Latina e do Caribe. Segundo Lula, a declaração representa “uma esperança” de que potências econômicas como a China estejam dispostas a contribuir com o desenvolvimento das nações mais pobres. O jornalista brasileiro Leonardo Attuch também avaliou o texto como um marco simbólico de uma nova ordem mundial: “Ela abre uma janela histórica para a América Latina remodelar seu futuro” e “simboliza um novo mundo emergindo do colapso da ordem imperialista – um mundo que reconstrói as relações internacionais sobre os fundamentos da justiça, do respeito e da autodeterminação nacional”.

Essas declarações ajudam a compreender o motivo pelo qual o documento chinês-latino-americano foi recebido com tamanha receptividade. A Declaração de Pequim não é apenas um acordo diplomático, mas um manifesto político do Sul Global, estruturado em torno de palavras-chave como “desenvolvimento” (19 vezes), “cooperação” (18 vezes) e “equidade”, “justiça” ou “igualdade” (8 vezes). Essas palavras não estão ali por acaso: elas traduzem um compromisso com valores compartilhados entre a China e os países da CELAC e uma aposta em uma ordem internacional baseada no respeito mútuo, na paz e na solidariedade.

O documento reafirma a centralidade da ONU como arena multilateral e destaca a urgência de fortalecer o direito internacional, além de promover a solução pacífica de disputas. A Declaração também sustenta que a governança econômica global deve incorporar as preocupações dos países em desenvolvimento e defende um comércio internacional justo, transparente e baseado em regras. Ao mesmo tempo, reafirma o interesse mútuo em avançar na cooperação em áreas como infraestrutura, conectividade, ciência e tecnologia, transição energética e erradicação da pobreza.

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