Dafne Ashton/Brasil 247 – A vereadora e jurista Liana Cirne Lins criticou duramente a defesa apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado. Em entrevista ao programa Bom Dia 247, ela avaliou que os argumentos da defesa são frágeis e insuficientes para livrá-lo da condenação.

“A defesa se limita a atacar questões processuais já superadas. Não entra no mérito, não ataca os fundamentos, não questiona a tentativa de golpe de Estado”, afirmou Cirne Lins.

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O documento de 129 páginas apresentado pelos advogados de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) contesta a delação do tenente-coronel Mauro Cid e pede a suspeição do ministro Alexandre de Moraes. No entanto, para a jurista, esse tipo de argumentação não enfraquece a acusação.

“Ele pede a suspeição do ministro Alexandre de Moraes, mas isso já foi superado”, disse. “É uma defesa de 129 páginas que só entra no mérito lá pela página 100”, destacou.

A estratégia da defesa também inclui a tentativa de anulação da delação de Mauro Cid, sob a justificativa de que o acordo teria sido firmado sob pressão e contém contradições. Os advogados ainda pedem que o julgamento seja feito pelo plenário do STF, e não pela Primeira Turma da Corte, onde o caso tramita atualmente.

Para Liana Cirne Lins, a defesa de Bolsonaro é tão frágil que chega a ser contraproducente. “Há momentos em que a defesa chega a ser cômica, quando critica a teoria do domínio do fato no caso do mensalão – uma teoria que não está sendo aplicada neste caso”, afirmou.

A jurista concluiu sua análise reforçando que a estratégia não nega os fatos, o que acaba corroborando as acusações. “É uma defesa fraca, que confirma as acusações, em vez de negá-las”, sentenciou.

Bolsonaro é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado contra o patrimônio da União. O STF ainda decidirá se aceita a denúncia, o que tornaria o ex-presidente réu no caso.

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