O PCdoB do RN emitiu uma nota criticando a atual política de alianças do Governo do Estado, conduzida pela governadora Fátima e pelo chefe da Casa Civil Raimundo Alves. Na nota, se fala em “arranjos circunstanciais e particularistas”.
Incitados pela notícia de que Walter Alves foi convidado para a vaga hoje ocupada pelo partido, os comunistas declaram: “Há dias, o PCdoB foi comunicado pela Governadora sobre as suas tratativas com outras forças políticas e partidárias para virem ocupar a Vice-governadoria. Agora, após o processo da janela partidária e as dificuldades do campo oposicionista, esse cenário ganha novas dimensões e especulações”. E conclui em tom profético, sobre a presença do partido na chapa: “Por que então mudar essa exitosa configuração? A história responderá”.
A reaproximação com o MDB de Walter Alves se dá dentro de um movimento amplo liderado por Lula para atrair o MDB nordestino para seu palanque. Ao todo, em sete dos nove estados da região as conversas estão praticamente definidas. Entre eles o RN.
O PT entende que não pode ter arrogância diante da liderança de Lula nas pesquisas. E as pesquisas mais recentes, que mostram novo crescimento de Bolsonaro, confirmam a necessidade de cautela. Uma política de amplas alianças é o caminho que Lula defende para poder enfrentar o bolsonarismo e desta vez sair vitorioso.
Já o PCdoB vem defendendo há tempos que “todas as forças que tenham contradição com o bolsonarismo” devem ser incorporadas ao projeto. Foi com esse norte que os comunistas apoiaram a indicação de Carlos Eduardo Alves para a vaga de Jean Paul no Senado. Chegaram a sinalizar que a legenda estaria disponível para receber o ex-prefeito.
O próprio Antenor reivindica com justiça um papel central em duas outras alianças que levaram à vitória chapas de amplo espectro ideológico. Antenor foi um dos mentores da ida de Micarla de Souza para a vice de Carlos Eduardo, na prefeitura de Natal. Na conferência do PCdoB, Micarla agradeceu pessoalmente ao então presidente do partido por ter tornado a aliança possível. Também foi figura de destaque na costura do apoio da esquerda a Robson Faria, cujo vice-governador era justamente do PCdoB. Antenor se referia a Robson como homem que, embora “oriundo das oligarquias, tem uma visão nova e moderna da política. Um político arrojado.”
Agora o PCdoB lida com a consequência lógica da estratégia política que corretamente defende. Preso a uma federação com hegemonia petista pelos próximos quatro anos, o partido ainda pode exercer seu justo direito ao protesto. Contudo, nada indica que terá sucesso.