Guilherme Arandas/DCM – Um levantamento realizado pela Quaest, divulgado neste domingo (16), aponta que a identificação política no Brasil muda conforme o nível de renda. Enquanto as classes mais baixas tendem a apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a esquerda, a direita tem maior adesão entre as classes média e alta, incluindo bolsonaristas e não bolsonaristas.
Os dados da pesquisa mostram que 28% dos brasileiros mais pobres se identificam como lulistas ou petistas. Esse percentual cai para 16% na classe média e 12% na classe alta. Em contrapartida, o apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cresce conforme a renda, somando 9% entre os mais pobres, 12% na classe média e 14% entre os mais ricos.
Quando se somam os bolsonaristas aos eleitores de direita que não apoiam Bolsonaro, a representação da direita sobe para 23% entre os mais pobres, 34% na classe média e 43% na alta. Já a esquerda, ao considerar os eleitores de Lula e outros esquerdistas, soma 39% entre os mais pobres, 31% na classe média e 28% na classe alta.
Os números indicam que, embora a direita seja predominante entre as classes média e alta, nem todos os simpatizantes desse espectro se identificam como bolsonaristas. Na classe alta, por exemplo, o número de pessoas que se identificam com a direita é mais que o dobro dos que apoiam Bolsonaro.
Um dado relevante da pesquisa é o percentual de brasileiros que afirmam não ter posicionamento político. Essa parcela é significativa em todas as faixas de renda, sendo 31% na classe baixa, 32% na média e 27% na alta. Isso mostra que uma parte considerável da população não se identifica com os principais espectros políticos.
[Continua no site]