Por Pedro Zambarda de Araújo, do DCM – O DCM esteve em dois eventos de comemoração dos 70 anos da fundação da Petrobras no Rio de Janeiro em 7 de novembro. O primeiro evento foi a apresentação do maior investimento socioambiental da empresa no Edifício Edisen, no centro da cidade.
A empresa anunciou mais de R$ 430 milhões em cerca de 60 projetos em editais públicos para atingir todas as regiões do Brasil. A primeira etapa, já concluída, teve 31 projetos selecionados nas regiões Norte (8), Nordeste (15), Centro-Oeste (1) e Sul (7). Ela soma R$ 212 milhões em investimentos, pensando no desenvolvimento sustentável, para oceano, florestas e em iniciativas educativas.
A Petrobras anunciou as oportunidades da segunda etapa: R$ 220 milhões em 28 oportunidades pensando no Sudeste. Será válido para oportunidades em desenvolvimento sustentável, projetos para o oceano, florestais e de educação.
O sindicalista José Maria Rangel, ex-FUP, assumiu a gerência-executiva de Responsabilidade Social da Petrobras e ressaltou a importância de se renovar a empresa. “É importante que a empresa volte a ser dos sonhos e dos jovens. Os nossos projetos são estruturados para que as pessoas possam sonhar”.
Zé Maria também falou sobre a história da empresa: “A Petrobras foi criada como uma empresa dos brasileiros para os brasileiros. A mudança passa pelo diálogo com as entidades sindicais. Passa pela busca da sustentabilidade. Buscamos projetos para alavancar a área sócio ambiental da região do Rio. E a Petrobras sabe que quando a Petrobras se movimenta, o Brasil se movimenta”.
A apresentação dos novos editais públicos foi acompanhada por uma fala do presidente da Petrobras, Jean Paul-Prates, com uma coletiva de imprensa. Uma apresentação de música afro da Escola de Aruanda, vencedora do edital da empresa.
Melhorias para os funcionários e mais próxima dos sindicalistas
“Sociedade brasileira é e continuou contra a privatização da Petrobras. Se não fosse a vitória de Lula, ela teria sido privatizada da mesma forma que a Eletrobras foi com Bolsonaro. A Petrobras não fazia editais socioambientais há algum tempo. Ela vinha se afastando da população”, disse David Bacellar, coordenador-geral da FUP.
E completou: “Sabemos que os projetos que virão nesses projetos é muito importante para um tecido social que defenda a empresa. Caso a gente tenha algum revés eleitoral, precisamos ter como defender a nossa empresa. A FUP e os nossos sindicatos estão juntos nesse processo. Estamos falando dos trabalhadores e dos trabalhadores que sofreram muito nesse processo. Estamos na expectativa de manter essa parceria com aqueles que de fato mantém a Petrobras. Vida longa à Petrobras!”
Clarice Coppetti, ex-Caixa Econômica Federal, hoje diretora de Assuntos Corporativos, disse que a empresa está recuperando os direitos trabalhistas dos funcionários, incluindo o Plano de Saúde. “Estamos entregando um grande projeto em Niteroi, da equipe da Responsabilidade Social. Estou há sete meses fazendo um trabalho intenso”, explicou ela.
Em 2020, o DCM publicou a reportagem “Assédio, dor e suicídio: o inferno dos petroleiros que dedicaram a vida à Petrobras”, com informações da Federação Única dos Petroleiros e de fontes que pediram sigilo. O texto aponta que a realidade dos funcionários se tornou um inferno nos governos Temer e Bolsonaro.
O segundo evento da Petrobras foi realizado no MAM, o Museu de Arte Moderna, do Rio de Janeiro, no Parque do Flamengo. O presidente Jean Paul Prates elogiou jornalistas que cobrem historicamente a empresa, as chamadas “petroletes”.
Prates e as Petroletes. Foto: Pedro Zambarda/DCM
Prates e as Petroletes. Foto: Pedro Zambarda/DCM
E anunciou um programa de 15 bolsas para repórteres de R$ 225 mil. O investimento será renovado anualmente, de acordo com ele.
Prates também fez um relato sobre a emoção que viu com a reativação de plataformas e de divisões da empresa. “Com a retomada das atividades, vimos pessoas emocionadas na Bahia. Disseram que estavam vendo novamente os coletes laranjas na praia”.