Por @silverioalvesfilho
O ex-ministro de Bolsonaro e governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, “de direita”, apoiou a reforma tributária proposta pelo “governo do PT”.
Argumentou que, apesar das divergências com o presidente, apoiou a reforma porque seria o melhor para São Paulo e para o Brasil (como de fato é).
A atitude de Tarcísio foi suficiente para que os adeptos do “bolsonarismo raiz” fossem aos montes criticá-lo nas postagens de seu Instagram.
“Traidor”, insinuações de que ele quer um “Brasil comunista” e de que é “anti-patriota” etc.
Nenhum, pelo menos que eu tenha visto, argumentando o porquê a atitude de Tarcísio seria prejudicial, de fato, ao país, ou explicando como a reforma tributária (defendida pelo alto empresariado!!!) conduziria o Brasil ao “comunismo”.
Esse tipo de comentário mostra que, para o “Bolsonarista raiz”, patriotismo não é defender os interesses do Brasil, mas atender, sem contestar, a palavra do Messias Bolsonaro.
Quase como se chamássemos de patriotas os hebreus rebeldes que achavam que defender o melhor para o seu povo seria adorar o bezerro de ouro.
Porém cada vez mais militantes estão deixando o “bolsonarismo raiz” em direção ao “bolsonarismo pragmático”, segundo o qual Bolsonaro teria sido “necessário” para a direita, mas já não é mais.
Abordei isso num artigo recente sobre o surto de bom senso do (agora) bolsonarista pragmático Gustavo Negreiros, no “Jornal das 6”, 96FM. Ele destruiu os argumentos do “bolsonarista raiz” Renato Cunha Lima.
“Bolsonaro é burro, a direita é incompetente. Se a direita continuar cega, Lula vai continuar dominando, porque sabe jogar”. Não fui eu que disse, foi Gustavo, mais famoso exponente do “jornalismo bolsonarista potiguar”.
De fato, o “bolsonarismo raiz” está com os dias contados: sucumbirá, tanto pelo eventual bom senso tardio de muitos adeptos, quanto pelas sucessivas falhas de estratégia política, como quando o Messias Inelegível, por orgulho, entrou na briga contra a reforma tributária e teve uma derrota que não precisava ter. De lavada.
Lula está com a faca e o queijo na mão. Graças à “inteligência” de Bolsonaro e ao “patriotismo” dos que o acompanham cegamente.